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terça-feira, 5 de novembro de 2013

Parlamentares da CPLP preocupados com situação em Moçambique e na Guiné-Bissau

A Assembleia Parlamentar da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (AP-CPLP) manifestou hoje em Luanda preocupação pela situação em Moçambique e na Guiné-Bissau.




No discurso de abertura dos trabalhos da IV AP-CPLP, que se iniciaram hoje em Luanda, o presidente cessante, o timorense Vicente Guterres, manifestou o desejo de que os moçambicanos alcancem "o diálogo construtivo e profícuo tão útil e necessário à consolidação da paz".
Os trabalhos da AP-CPLP decorrem em Luanda até quinta-feira.
"Sem o entendimento entre irmãos, sem o diálogo permanente entre todos para a construção da paz, da estabilidade, da segurança, não há lugar para o desenvolvimento, quer político quer cultural e económico", salientou Vicente Guterres.
Segundo o presidente do parlamento timorense, o seu sucessor no cargo, o presidente da Assembleia Nacional de Angola, Fernando da Piedade Dias dos Santos, tem a desempenhar "um papel importante" no apoio aos moçambicanos para o alcance da paz.
Moçambique vive a mais grave tensão político-militar desde a assinatura do acordo de paz, em 1992, que acabou com 16 anos de guerra civil.
A 21 de outubro, o exército moçambicano atacou e ocupou a base de Sadjundjira, na Serra da Gorongosa, centro do país, onde se encontrava há um ano Afonso Dhlakama, líder da Renamo, o principal partido da oposição e desde então em parte incerta.
Relativamente à Guiné-Bissau, Vicente Guterres desejou aos guineenses que o ato eleitoral a ter lugar em 2014 "seja um marco na tão desejada consolidação da democracia da democracia e das instituições" daquele país.
"Como é sabido, Timor-Leste apoia financeira e tecnicamente este processo eleitoral. É um grande esforço para nós, mas acreditados que só assim poderemos ajudar a libertar o povo guineense de anos e anos de sofrimento iníquo", referiu.
Na sua intervenção, Vicente Guterres defendeu mais "exigência, empenho e ação" da organização no cumprimento do compromisso assumido com a comunidade lusófona.
Segundo o presidente cessante da AP-CPLP, "a passividade é inimiga da força e do poder de persuasão e de influência" que o parlamento da CPLP pretende assumir perante a comunidade.
"Os povos que nos elegeram não é isso que esperam de nós. Temos um imenso poder e devemos fazer uso dele. Temos o poder da língua mais falada no hemisfério sul, construamos por isso um futuro onde sejamos líderes", defendeu.
Relativamente às questões institucionais e organizacionais da AP-CPLP, o presidente cessante disse que a não realização desta IV assembleia em 2012, como estava previsto, contribuiu para o desaceleramento da atividade deste órgão da CPLP.
A impossibilidade de implementar outras atividades previstas durante os dois anos de mandato de Timor-Leste foi justificada com "alguns constrangimentos nas comunicações quer entre parlamentos, quer com outros órgãos da CPLP".
Nesse sentido, defendeu a existência de um secretariado permanente da AP-CPLP para melhor organização dos trabalhos.
Por sua vez, o presidente da Assembleia Nacional de Angola, Fernando da Piedade Dias dos Santos, que assume agora a presidência da AP-CPLP, disse que esta reunião é uma demonstração do comprometimento assumido pelos parlamentos lusófonos para com os objetivos a serem atingidos.
Fernando da Piedade Dias dos Santos frisou que apesar da curta existência da Assembleia Parlamentar da CPLP têm sido dados "passos vigorosos no sentido da sua afirmação" enquanto voz dos seus povos.

(in:lusa)

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