Suspensão de voos da TAP "caiu que nem uma bomba" junto de portugueses em Bissau.
(Última actualização às 19h30)
A TAP anunciou esta quarta-feira a suspensão da
operação para Bissau "perante a grave quebra de segurança ocorrida" no
embarque de um voo para Lisboa na terça-feira, que implicou o transporte
de 74 passageiros sírios com passaportes falsos.
Em
comunicado, a TAP refere que, "perante a grave quebra de segurança
ocorrida na fase de embarque do voo da TAP TP202 de Bissau para Lisboa
na madrugada do dia 10 de dezembro, que implicou o embarque de 74
passageiros com documentos comprovadamente falsos, a rota
Lisboa/Bissau/Lisboa encontra-se suspensa até uma completa avaliação das
condições de segurança no aeroporto" da capital da Guiné-Bissau.
A
companhia aérea adianta que está a "desenvolver esforços para minimizar
o impacto" desta suspensão para os passageiros, estando,
"designadamente, a procurar ligações alternativas".
SUSPENSÃO "CAIU QUEM NEM UMA BOMBA" PARA PORTUGUESES EM BISSAU
Para
os portugueses na Guiné-Bissau que querem passar o Natal em Portugal, a
suspensão dos voos da TAP para o país "caiu que nem uma bomba", disse à
Lusa, Silvana Fernandes, uma das passageiras com voo marcado para os
próximos dias.
"Tenho voo marcado para
terça-feira, pelo que ainda tenho alguma margem de manobra, mas estou
muito preocupada. Isto vai complicar todos os voos e não sei que
soluções é que vão apresentar", refere a técnica de formação portuguesa.
A situação é ainda mais complicada "porque é
altura de Natal e estamos aqui neste impasse", já com o programa feito
para passar a quadra em família. Para já a solução é esperar por
indicações da TAP, refere.
Outra portuguesa,
Carolina Rodrigues, também técnica de formação na Guné-Bissau, esperava
ver a família na sexta-feira. "Já tinha voo marcado e não reagi muito
bem. Estava à espera de encontrar a minha família depois de amanhã [na
sexta-feira] e isso não vai acontecer", referiu. Apesar de tudo diz
compreender as razões evocadas pela transportadora aérea portuguesa. "A
título pessoal gostaria que o voo acontecesse, mas compreendo que a
nível político seja uma situação delicada e que exija uma decisão
radical", referiu à Lusa.
Tal como outros tantos
passageiros, Carolina planeia logo cedo, na quinta-feira, dirigir-se até
às instalações da TAP em Bissau e "procurar alternativas".
Rui
da Silva, bolseiro de investigação na Guiné-Bissau, esperava regressar
na sexta-feira a Lisboa. Agora, sente-se "penalizado", enquanto cliente,
por um problema que vai mais além do incidente com o voo da última
terça-feira.
"Parece-me mais que as pessoas
arranjaram estratégias para chegar à Europa. Acabaram por se criar
barreiras e em vez [de viajarem] de barco até Lampedusa, arranjam uma
forma de chegar à Europa muito mais segura e confortável", concluiu.
PORTUGAL TRANSMITE À GUINÉ-BISSAU "GRAVIDADE" DO CASO DO VOO COM SÍRIOS
O
ministério dos Negócios Estrangeiros anunciou esta quarta-feira que
transmitiu ao encarregado de negócios da Guiné-Bissau em Lisboa "a
gravidade" do embarque de sírios com documentos falsos no aeroporto de
Bissau e afirmou apoiar a suspensão de voos pela TAP.
O
ministério de Rui Machete afirma, em comunicado, que o encarregado de
negócios da Guiné-Bissau "foi chamado" ao ministério dos Negócios
Estrangeiros, "tendo-lhe sido transmitida a gravidade do ocorrido", uma
das "medidas no campo diplomático" que o Governo português "encetou
desde o primeiro momento".
(in:cm)
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