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quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

TAP suspende voos para Guiné-Bissau

Suspensão de voos da TAP "caiu que nem uma bomba" junto de portugueses em Bissau.  

(Última actualização às 19h30)


A TAP anunciou esta quarta-feira a suspensão da operação para Bissau "perante a grave quebra de segurança ocorrida" no embarque de um voo para Lisboa na terça-feira, que implicou o transporte de 74 passageiros sírios com passaportes falsos.
Em comunicado, a TAP refere que, "perante a grave quebra de segurança ocorrida na fase de embarque do voo da TAP TP202 de Bissau para Lisboa na madrugada do dia 10 de dezembro, que implicou o embarque de 74 passageiros com documentos comprovadamente falsos, a rota Lisboa/Bissau/Lisboa encontra-se suspensa até uma completa avaliação das condições de segurança no aeroporto" da capital da Guiné-Bissau.
A companhia aérea adianta que está a "desenvolver esforços para minimizar o impacto" desta suspensão para os passageiros, estando, "designadamente, a procurar ligações alternativas".

SUSPENSÃO "CAIU QUEM NEM UMA BOMBA" PARA PORTUGUESES EM BISSAU
Para os portugueses na Guiné-Bissau que querem passar o Natal em Portugal, a suspensão dos voos da TAP para o país "caiu que nem uma bomba", disse à Lusa, Silvana Fernandes, uma das passageiras com voo marcado para os próximos dias. 
"Tenho voo marcado para terça-feira, pelo que ainda tenho alguma margem de manobra, mas estou muito preocupada. Isto vai complicar todos os voos e não sei que soluções é que vão apresentar", refere a técnica de formação portuguesa.
A situação é ainda mais complicada "porque é altura de Natal e estamos aqui neste impasse", já com o programa feito para passar a quadra em família. Para já a solução é esperar por indicações da TAP, refere.
Outra portuguesa, Carolina Rodrigues, também técnica de formação na Guné-Bissau, esperava ver a família na sexta-feira. "Já tinha voo marcado e não reagi muito bem. Estava à espera de encontrar a minha família depois de amanhã [na sexta-feira] e isso não vai acontecer", referiu. Apesar de tudo diz compreender as razões evocadas pela transportadora aérea portuguesa. "A título pessoal gostaria que o voo acontecesse, mas compreendo que a nível político seja uma situação delicada e que exija uma decisão radical", referiu à Lusa.
Tal como outros tantos passageiros, Carolina planeia logo cedo, na quinta-feira, dirigir-se até às instalações da TAP em Bissau e "procurar alternativas".
Rui da Silva, bolseiro de investigação na Guiné-Bissau, esperava regressar na sexta-feira a Lisboa. Agora, sente-se "penalizado", enquanto cliente, por um problema que vai mais além do incidente com o voo da última terça-feira.
"Parece-me mais que as pessoas arranjaram estratégias para chegar à Europa. Acabaram por se criar barreiras e em vez [de viajarem] de barco até Lampedusa, arranjam uma forma de chegar à Europa muito mais segura e confortável", concluiu.

PORTUGAL TRANSMITE À GUINÉ-BISSAU "GRAVIDADE" DO CASO DO VOO COM SÍRIOS
O ministério dos Negócios Estrangeiros anunciou esta quarta-feira que transmitiu ao encarregado de negócios da Guiné-Bissau em Lisboa "a gravidade" do embarque de sírios com documentos falsos no aeroporto de Bissau e afirmou apoiar a suspensão de voos pela TAP.  
O ministério de Rui Machete afirma, em comunicado, que o encarregado de negócios da Guiné-Bissau "foi chamado" ao ministério dos Negócios Estrangeiros, "tendo-lhe sido transmitida a gravidade do ocorrido", uma das "medidas no campo diplomático" que o Governo português "encetou desde o primeiro momento". 


(in:cm)

 

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