A toxicodependência é um mal que tem vindo a aumentar na Guiné-Bissau e, num país onde não existem locais de assistência apropriados, o centro de Quinhamel, situado a cerca de 30 quilómetros de Bissau, surge como uma das únicas alternativas.
A Guiné-Bissau é considerada uma “placa giratória” de droga, destinada, sobretudo, ao mercado europeu. Desde 2005, o consumo de drogas tornou-se numa realidade crescente, afectando principalmente a camada juvenil da sociedade (entre os 18 e os 30 anos). Neste sentido, o consumo de “crack”, droga derivada da cocaína mas muito mais barata, tem sido uma das grandes causas do aumento da toxicodependência nos jovens da Guiné-Bissau.
As acções do centro de Quinhamel começaram em 2000, com alguns dos funcionários a tentarem estratégias de aproximação junto dos grupos de jovens delinquentes, muitos deles com problemas ligados ao consumo de drogas, em diferentes bairros da capital guineense.
Segundo o director do centro, o pastor Domingos Té, a estratégia adoptada para integrar os jovens no sistema consiste no contacto pessoal com alguns dos elementos desses grupos, criando uma relação de amizade. Após esta primeira fase, segundo o responsável, “todos receberam várias mensagens positivas, as quais contribuem para que muitos dos jovens queiram aderir a este projecto”.
Assim, o centro de Quinhamel conta, actualmente, com 68 pacientes, entre eles 18 mulheres e uma criança. Muitos dos pacientes sofrem, também, de doenças mentais, provocadas pelo consumo de drogas alucinogénas e outras substâncias.
Quanto aos métodos de tratamento para os toxicodependentes, Domingos Té indica que os mesmos se baseiam na psicologia e na espiritualidade, “envolvendo um conjunto de actividades diárias como a terapia de grupo, que consiste no diálogo e troca de ideias”.
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