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quinta-feira, 2 de julho de 2015

Cônsul da G-Bissau em Macau ouvido em processo de venda de passaportes

O escândalo da venda ilegal de passaportes de serviço e diplomáticos tem abalado a Guiné-Bissau nas últimas semanas. O caso foi denunciado no início de 2013.


Dois representantes diplomáticos da Guiné-Bissau na República Popular da China – nomeadamente o cônsul-geral em Macau e o embaixador em Pequim – foram ouvidos ontem e anteontem por um juiz em Bissau, no âmbito de um processo de venda ilegal de passaportes a cidadãos chineses. O caso, denunciado em Janeiro de 2013, chegou na semana passada aos tribunais guineenses.

De acordo com informações avançadas pela rádio Voz da América, John Ló, cônsul da Guiné-Bissau em Macau, e Malam Sambú, embaixador em Pequim, terão tido ontem uma acareação, na vara criminal do Ministério Público guineense, depois de no dia anterior Sambú ter sido ouvido pelo juiz. O embaixador em Pequim está a ser investigado por suspeitas de envolvimento na venda ilegal de passaportes, sobretudo a cidadãos chineses. O cônsul em Macau terá sido interrogado na sexta-feira passada, no âmbito do mesmo processo.

O escândalo da venda ilegal de passaportes – sobretudo documentos de serviço e diplomáticos – tem agitado a Guiné-Bissau nas últimas semanas. O caso levou mesmo à detenção, por algumas horas, do secretário de Estado das Comunidades, Idelfrides Fernandes, no início do mês.

Os passaportes de serviço e diplomáticos distinguem-se dos civis pelos privilégios atribuídos a quem faz parte da diplomacia nacional ou a quem integra determinada missão de serviço oficial. No caso das suspeitas que caem sobre John Ló e Malam Sambú, muitos dos passaportes na base da polémica terão sido entregues a pessoas que não se enquadravam em nenhuma das situações previstas na lei.

Silêncio em Macau

Há mais de 10 anos que John Ló representa os interesses consulares da Guiné-Bissau em Macau, sendo um dos mais antigos representantes da diplomacia guineense no estrangeiro. Desde que assumiu o cargo, o empresário tem trabalhado com diferentes titulares da pasta dos Negócios Estrangeiros guineenses, beneficiando o mais das vezes de uma relação privilegiada com os Presidentes da República do país.

Sem sucesso a tentativa de obter reacções junto da Associação dos Guineenses, Naturais e Amigos da Guiné-Bissau e do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa: “Não tenho conhecimento desse caso e não posso comentar”, afirmou Echo Chan, secretaria-adjunta e coordenadora do Fórum Macau, escusando-se a opinar sobre se o episódio poderia prejudicar de alguma forma os trabalhos do organismo, do qual a Guiné-Bissau é um dos países membros.

(foto: net)
 

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