A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) irá "apoiar e monitorizar" o cumprimento pela Guiné Equatorial, que deverá aderir à organização no dia 23, dos "princípios fundamentais" do bloco lusófono, disse hoje o ministro português dos Negócios Estrangeiros.
Questionado sobre a entrada da Guiné Equatorial na CPLP, que deverá ser decidida na cimeira de chefes de Estado e de Governo da organização, em Díli, no dia 23, o ministro Rui Machete afirmou que "todos os membros aceitaram o novo membro".
A adesão deste país "há de traduzir-se num esforço de ajudar e de algum modo monitorizar os esforços para que o novo membro cumpra e se aproxime cada vez mais dos princípios fundamentais da organização, mas não é apenas um esforço português", afirmou aos jornalistas o chefe da diplomacia portuguesa, à margem de uma conferência internacional sobre "A Segurança no golfo da Guiné", que decorre hoje no ministério dos Negócios Estrangeiros, em Lisboa.
Questionado sobre se a CPLP poderá criar uma estrutura de observação do respeito pelos direitos humanos em Malabo, Rui Machete remeteu para a cimeira: "Vamos ter de ver o que é que vai decorrer da reunião que vai realizar-se em Díli".
A entrada da Guiné Equatorial, país liderado desde 1979 por Teodoro Obiang, na CPLP foi recomendada pelos ministros de Negócios Estrangeiros dos oitos membros da organização lusófona, em fevereiro, e será agora decidida em Díli, mas essa possibilidade tem sido fortemente contestada por várias organizações da sociedade civil, que acusam o governo de vários atentados aos direitos humanos e à liberdade no país.
Dedicada ao tema "CPLP e a Globalização", a X cimeira assinala o primeiro alargamento e o regresso da Guiné-Bissau à organização, após a suspensão decretada na sequência do golpe de Estado de 2012.
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