COM O TEMPO UMA IMPRENSA CÍNICA, MERCENÁRIA, DEMAGÓGICA E CORRUPTA, FORMARÁ UM PÚBLICO TÃO VIL COMO ELA MESMO

Joseph Pulitzer

sábado, 28 de novembro de 2015

PR timorense homenageia heróis anónimos que esconderam líderes da resistência

Representantes de 28 grupos de cidadãos timorenses que nos últimos anos da luta contra a ocupação indonésia, entre 1991 e 1999, esconderam e protegeram os principais líderes da resistência, foram hoje homenageados pelo chefe de Estado de Timor-Leste.


Taur Matan Ruak entregou a medalha da Ordem de Timor-Leste a representantes de grupos que, com grande risco, o esconderam e a outros líderes da resistência - Xanana Gusmão, Mau Hunu, David Alex, Konis Santana ou Lu-Olo, entre outros.

Uma homenagem a "heróis anónimos" que manifestaram, arriscando a própria vida, "um espirito de patriotismo", protegendo os líderes em casas, abrigos subterrâneos, quintais e outros locais, um pouco por todo o país.

Um "contributo significativo", destacou o Presidente da República no decreto em que aprovou as condecorações, de quem "ajudou a proteger os líderes da resistência"

Foi um dos pontos altos das cerimónias que hoje, no campo de Palaban na capital do enclave de Oecusse, assinalaram o 40.º aniversário da proclamação unilateral da independência de Timor-Leste, texto que hoje voltou a ser lido por um dos fundadores da nação, Mari Alkatiri.

Taur Matan Ruak presidiu à cerimónia do içar da bandeira perante uma parada liderada pelo tenente-coronel de infantaria Haksolok e composta por uma companhia cada do componente terrestre, naval e de apoio e serviço das Forças Defesa de Timor-Leste (F-FDTL) e um pelotão da Polícia nacional (PNTL), operações especiais, ordem pública e patrulhamento da fronteira.

Participaram ainda elementos da segurança civil, dos bombeiros e dos escuteiros e três grupos responsáveis pela guarda da bandeira: um de 28 jovens estudantes de escolas secundárias dos 12 municípios, outro com 40 elementos e o último com a equipa de guarda à bandeira.

Ao lado das fardas militares camufladas, estes grupos trajavam branco, com os estudantes vestidos com tais tradicionais azuis, vermelhos e verdes.

Ao som do hino nacional, interpretado pela banda de música das F-FDTL, a bandeira de Timor-Leste subiu no mastro colocado em frente à tribuna de honra, onde estavam as principais individualidades timorenses e convidados internacionais, incluindo o presidente do Tribunal Constitucional, Joaquim de Sousa Ribeiro, em representação do Estado português.

No seu discurso, Taur Matan Ruak, defendeu que o Estado deve reforçar os seus serviços aos cidadãos, especialmente em áreas essenciais como saúde ou educação.

O Estado, deve ser mais eficaz e eficiente, os recursos "devem ser utilizados de forma racional" e o desenvolvimento "tem que sair de Díli e ir para os distritos", com polos de desenvolvimento que atraiam investimento nacional e estrangeiro para o essencial processo de diversificação económica.

Como exemplo destacou o progresso registado no enclave de Oecusse, onde os responsáveis da autoridade regional e o Governo central estão a criar uma zona económica exclusiva.

Unidade, paz e estabilidade, disse, são "condições importantes para o desenvolvimento e consolidação do Estado" pelo que é essencial a colaboração de todos no processo de desenvolvimento do país.

O chefe de Estado apelou ainda aos cidadãos e famílias que sejam mais ativos na construção do Estado, procurando educar-se e informar-se, ajudando a gerar a importante economia familiar.

Taur Matan Ruak fez referência aos líderes timorenses, entre os quais destacou Mari Alkatiri e José Ramos-Horta, sobreviventes do primeiro Governo que tomou posse há 40 anos, e "às memórias dos mártires nacionalistas" que fizeram "o maior sacrifício na luta pela libertação de Timor-Leste".

Estes são, disse, veteranos da frente armada, clandestina e diplomática, que "deram um exemplo à nação" e que hoje "continuam a inspirar" os timorenses, com "coragem e dignidade".

Taur Matan Ruak referiu-se ao 500.º aniversário dos contactos entre portugueses e timorenses e ao papel da igreja católica, que deixaram vincos marcados na identidade timorense, hoje "membro de uma grande família em quatro continentes".
 
 
(© POOL New / Reuters)
 

Sem comentários:

Enviar um comentário