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terça-feira, 12 de abril de 2016

Marrocos embolsa 167,8 milhões $ com exportações ilegais do fosfato saharaui

Marrocos embolsou 167,8 milhões de dólares com as exportações ilegais de fosfato saharaui, revela um novo relatório do Observatório de Recursos Naturais do Sahara Ocidental (WSRW).


O relatório anual — o terceiro do género publicado por esta ONG sobre a exploração ilegal por Marrocos deste mineral no Sahara Ocidental ocupado — refere a extracção em 2015 de 1,4 milhões de toneladas de fosfato das minas de Bou Craa, situadas a 130 KM da cidade de El Aaiún.

Este volume exportado terá gerado uma receita de 167,8 milhões de dólares à Office chérifien des phosphates (OCP), a empresa marroquina que espolia em grande escala o fosfato saharaui, segundo as estimativas do WSRW efectuadas com base num preço médio de 118 dólares a tonelada.

Sublinhe-se que este nível de vendas é o mais baixo jamais registado nos últimos dez anos, refere o WSRW. Em 2014 o OCP exportou 2,1 milhões de toneladas por um montante de 234 milhões de dólares.

Segundo o Observatório, o OCP que leva a cabo uma verdadeira pilhagem das reservas de fosfatos do Sahara Ocidental, tendo extraído das minas de Bou Craa 1,8 milhões de toneladas em 2012; 2,2 milhões de toneladas em 2013 e 2,1 milhões de toneladas em 2014.

A projeção de 2014 veio a ser confirmada por um documento enviado pelo OCP à bolsa irlandesa, refere o Observatório.

Estes números foram calculados com base em cargas transportadas por navios a partir do porto da capital ocupada de El Aaiún, precisa o WSRW que não exclui a possibilidade de existirem outros transportes não detetados.

Em 2015, o WSRW identificou oito compradores de fosfato saharaui, dos quais três são empresas cotadas em bolsa e na lista negra por violação das regras de ética e das recomendações emanadas da ONU que consagram o direito do povo saharaui a beneficiar dos recursos naturais do seu território nacional.

O WSRW cita duas empresas canadianas, a Potash Corporation e a Agrium Inc, duas empresas neo-zelandesas, a Ballance Agri-Nutrients Ltd e a Ravensdown Fertiliser Ltd; uma empresa australiana, a Incitec pivot Ltd e uma empresa russo-suíça, a Lifosa AB. Esta última anunciou em Janeiro de 2016 ter posto fim à importação de fosfato do Sahara Ocidental.

Segundo o WSRW, 64,5% do volume de fosfato saharaui vendido ao estrangeiro foi comprado pelas duas empresas canadianas Potash Corporation e Agrium Inc.

O Observatório suspeita igualmente que uma empresa venezuelana, a Tripoliven — de que parte do capital pertence ao Estado da Venezuela —, ter importado 53.000 toneladas de fosfato em 2015 por um montante de 6,1 milhões de dólares. O WSRW confirma também a implicação de uma outra empresa colombiana, a Monomeros S.A, adquirida em 2006 pelo grupo público venezuelano “Petroquimica de Venezuela”, que importou 42.000 toneladas de fosfato do Sahara Ocidental.

Ao comprarem fosfatos do Sahara Ocidental, estas empresas tornam-se cúmplices da violação dos direitos dos Saharauis e contribuem para o financiamento da ocupação.

O Observatório de Recursos Naturais do Sahara Ocidental sublinha que as reservas de Bou Craa, descobertas em 1947, se elevam a 500 milhões de toneladas, contribuindo com cerca de 7% da produção do OCP e de 25% das suas vendas ao exterior.

O Observatório pede a estas empresas que ponham fim a este comércio ilegal até que uma solução para o conflito do Sahara Ocidental seja encontrado.
Fosfatos de Bou Craa chegam ao porto de El Aaiun através de uma passadeira rolante de 130 km
 
 

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