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Joseph Pulitzer

domingo, 15 de novembro de 2015

Discurso: ministra da Defesa Nacional da G-Bissau, Maria Adiatu Djaló Nandigna

“O ESPÍRITO REPUBLICANO DEMONSTRADO DURANTE A CRISE POLÍTICA DEVE CONTINUAR PARA CORRECÇÃO DOS ERROS DO PASSADO” Mensagem alusiva ao dia das Forças Armadas Revolucionária do Povo (FARP), que completa o 51° aniversário da sua existência.



Caros concidadãos,

Amanhã 16 de Novembro de 2015, as FORÇAS ARMADAS REVOLUCIONÁRIAS DO POVO (FARP) vão completar 51 anos da sua existência.
De 1964 a 2015, são 51 anos de longa e dura caminhada, de um percurso espinhoso, de sacrifícios, de luta e de muita abnegação, mas que resultou na conquista da independência e da soberania do nosso Estado.
Se hoje a Guine-Bissau é vista como um exemplo único da luta de libertação no continente africano, esse mérito deve-se as nossas Gloriosas Forças Armadas, que souberam durante 11 anos, entregar-se de corpo e alma para uma causa justa e merecida.
Devemos nos orgulhar não só de termos libertado o nosso país, mas de termos ajudado os nossos irmãos dos outros países a conquistarem as suas independências e a soberania dos seus Estados.
Esse mérito deve-se a esses e aqueles combatentes da liberdade da pátria, que aceitaram sacrificar-se e dar as suas próprias vidas para que tivéssemos hoje uma bandeira, um hino e um território, o nosso Estado.
Uns caíram no campo, outros sobreviveram; aos que caíram temos a obrigação de os render a eterna homenagem, e aos que sobreviveram devemos dignifica-los.

Caros irmãos e irmãs das Forças Armadas,
 
A luta pela independência da República da Guiné-Bissau foi difícil e dura porque foi longa e custou sangue, mas o percurso para o desenvolvimento do país, não será menos difícil.
Esta nova etapa da consolidação do nosso Estado, exige de cada um de nós, o melhor dele e das suas competências, o espírito de sacrifício e de abnegação, mas essencialmente, a união em torno dos superiores interesses desta pátria de Amílcar Lopes Cabral.
Se cumprirmos a primeira etapa, ou seja a luta pela independência com mérito, isso deve nos orgulhar, mas não podemos descurar que a segunda etapa, que é o processo de desenvolvimento do país, constitui igualmente uma fase importante e complexa deste nosso percurso. Por isso, a nossa vontade de vencer deve permanecer intacta e a nossa disponibilidade de entrega, deva ser cada vez maior.
No tempo de paz, devemos continuar a trabalhar para o desenvolvimento do país, isso implica que devemos pôr as nossas capacidades ao serviço de tudo que possa contribuir para o desenvolvimento sustentável e inclusivo da República da Guiné-Bissau.
A Produção Militar deve ser uma estrutura importante não só na melhoria das condições de vida e de habitabilidade nos quartéis, mas também uma estrutura que vai contribuir na redução das despesas do Estado para com as Forças Armadas, sobretudo no domínio alimentar.
Nesta perspectiva, vamos mobilizar recursos a fim de criar melhores condições para o seu funcionamento e consequentemente melhorar a sua produtividade em todos os domínios da sua intervenção.

Caros irmãs e irmãos,
 
As Forças Armadas foram longamente associadas as constantes instabilidades políticas e governativas do país devido a sua implicação nos actos de subversão da ordem constitucional.
Este facto deve despertar a nossa atenção sobre o nosso comportamento e chamar-nos a atenção sobre os passos futuros que devemos dar, para que a nossa honra e dignidade conquistada com muito sacrifício, suor e sangue não seja beliscada.
Devemos continuar ao serviço do povo, respeitando as autoridades e os poderes legalmente instituídos e evitar de ingerir nos assuntos políticos, pois esta não é a nossa missão.
O respeito que conquistamos nos últimos tempos graças ao nosso comportamento, o bom relacionamento com as nossas populações e a confiança que inspiramos aos nossos parceiros de desenvolvimento, precisa de ser prosseguido e consolidado.

Irmãs e irmãos das Forças Armadas,
 
O espírito republicano demonstrado muito recentemente durante a crise política, deve continuar assim como devemos prosseguir com a correcção dos erros do passado e melhorar cada vez mais o funcionamento da classe castrense em todos os domínios.
Devemos continuar a agir na base da legalidade, do respeito pelas instituições do país e do estado de direito, pois só assim continuaremos a inspirar a confiança das nossas populações e dos nossos parceiros de desenvolvimento.
A Guiné-Bissau precisa hoje duma Forças Armadas verdadeiramente republicana, defensora da integridade territorial e garante da paz, da estabilidade e da segurança nacional e que contribuem para o desenvolvimento sustentável do país.
Somos todos chamados e sem excepção de ninguém, de pôr em evidência todas as nossas capacidades, forças, energias e competências ao serviço deste grande desafio, que é a transformação estrutural das Forças Armadas da República da Guiné-Bissau.

Senhoras e Senhores,
 
A recente visita efectuada à algumas Unidades Militares do país e que foi interrompida com o trágico acidente que vitimou dois dos nossos irmãos, permitiu-nos constatar na realidade, as dificuldades com que os nossos irmãos estão confrontados nas casernas.
A este respeito, quero assegurar-vos que o este Governo trabalhará de forma mais árdua possível para inverter esta situação e criar melhores condições de vida e de habitabilidade nas casernas.
Reconhecemos que o país tem as suas limitações, mas não vamos também ignorar que aqueles que defendem a nossa segurança nacional e a integridade territorial do nosso país precisam ser tratados dignamente.
Vamos continuar a exigir às Forças Armadas o respeito ao poder político e a limitarem-se as competências que a constituição da República lhes confere, mas não vamos deixar de trabalhar para criar-lhes condições para o cumprimento desta missão.
A reforma do sector de defesa, segurança e justiça na sua mais ampla dimensão, pressupõe melhorar consideravelmente as condições das nossas forças armadas, a fim de permitir-lhe cumprir a sua missão republicana.
A desmobilização enquanto um componente importante desta reforma, será concretizada de forma justa, transparente e responsável, permitindo que os nossos camaradas que deram o seu melhor ao serviço da Nação,possam sair de forma digna e respeitada.
Antes de terminar, gostaria de felicitar toda a Classe Castrense pela paz e tranquilidade que devolveram aos guineenses nestes últimos tempos, contudo seja esta a sua missão, mas particularmente ao Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas pela sabedoria na gestão das Forças Armadas.
Aos que sucumbiram ao acidente de viação na plena missão republicana, que o Senhor lhes acolhe no seu paraíso e que console as respectivas famílias.

Viva 16 de Novembro,
Viva as FORÇAS ARMADAS REVOLUCIONÁRIAS DO POVO,
Viva a REPUBLICA DA GUINE-BISSAU,
Muito obrigada e bem-haja.

 (via: 'Democrata')



 

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