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segunda-feira, 9 de novembro de 2015

A Direção-Geral de Florestas e Fauna da Guiné-Bissau (DGFF) está sem director desde março

A Direcção-Geral de Florestas e Fauna da Guiné-Bissau (DGFF) está sem director desde março e carece de meios de fiscalização para acabar com o corte ilegal de madeira, alerta num relatório sobre o sector.


Em abril o Governo decretou uma moratória de cinco anos para o corte de árvores nas florestas do país, mas faltam recursos humanos e materiais na DGFF, ainda sem líder.

“Aprovou-se a moratória, mas ‘decapitou-se’ a direcção-geral e este é um pormenor ao qual se deve prestar atenção”, disse à Lusa Constantino Correia, engenheiro florestal, num apelo ao novo Executivo – empossado em outubro, depois de o Presidente da República ter decidido demitir o anterior, em agosto.


Constantino Correia, antigo director-geral de florestas entre 2004 e 2005 alertou para as conclusões do “Relatório da Campanha Florestal e Faunística - outubro de 2013 a junho de 2014”.

O documento revelou que, mesmo que hoje alguém quisesse controlar as áreas de corte de madeira, o único conjunto de mapas onde estavam projectadas todas as concessões desapareceu da sede da DGFF há quatro anos.

Mesmo assim, continuaram a ser emitidas licenças, sem se conhecerem limites de concessões, o que mais parece “um convite à ilegalidade”, refere-se no relatório – que relata ainda a reutilização de licenças e certificados por mais que uma vez e por mais que uma empresa de corte.

O auge do corte ilegal aconteceu depois do golpe de Estado militar de 2012.

Boa parte do assalto à floresta foi feita por “tronqueiros” que não prestaram contas a ninguém, protegidos por elementos fardados ligados a forças militares ou de segurança.

O documento não esconde que tudo funcionou com base em “influências ou relações para fazerem pressão ao nível mais alto da governação”.

“O que faziam pessoas fardadas, supostamente da Guarda Nacional, a vigiarem troncos cortados? Não estou contra que um militar seja empresário, mas isso dá-lhe o direito a ter outros militares a guardarem madeiras?”, questiona Constantino Correia.

“Houve chineses ligados ao corte de madeira hospedados durante algum tempo no quartel de Cossé, no leste. A que propósito”, pergunta.

Por outro lado, foram vistos “elementos da Guarda Nacional a escoltar contentores do interior do país para o porto de Bissau. Porquê? Desafio as autoridades competentes, neste caso o Ministério Público, a aclarar esta situação. É urgente sabermos o que se passou”.

Com a posse de um Governo eleito em 2014 e as mudanças nas chefias militares e das forças de segurança, muitas conivências “acabaram” e o abate selvagem das florestas “caiu 95% por cento. Mas ainda continua em alguns pontos”, concluiu Constantino Correia

A agência Lusa tentou obter esclarecimentos junto do Ministério da Agricultura, mas fonte governamental disse não ser oportuno abordar o assunto.
 
 (in: R.Jovem)
 
 
 
 
 

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