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terça-feira, 10 de novembro de 2015

União de Exportadores da CPLP procura oportunidades de negócios

A missão da UE-CPLP a Cabo Verde é realizada em parceria com a Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Sotavento (CCISS) cabo-verdiana, que promoveu hoje, na Cidade da Praia, uma sessão de apresentação da liga de negócios aos empresários cabo-verdianos.

 
"Há muita curiosidade por parte dos empresários da CPLP para perceber as potencialidades do mercado cabo-verdiano, não só para vender e desenvolver negócios no país, mas também para a zona económica em que Cabo Verde está ligado, que é a CEDEAO [Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental]", avançou aos jornalistas Mário Costa, presidente da União de Exportadores da CPLP.

Para o responsável, há empresários de vários sectores de actividade, desde agricultura, energia, educação, construção civil que querem perceber a realidade cabo-verdiana e que parcerias podem fazer para aproveitar as oportunidades no país.

"Podemos ser uma ponte essencial e imprescindível para as empresas cabo-verdianas poderem exportar os seus produtos e ajudá-las com parcerias, porque são mercados muito exigentes, que já estão mais maduros, mas também temos os nossos meios para poder ajudar as empresas cabo-verdianas a exportar", referiu.

Salientando o interesse "muito forte" do Governo cabo-verdiano em atrair investimentos e diversificar a economia, Mário Costa indicou que há empresas de têxtil, calçado que estão disponíveis para investir em Cabo Verde para, depois, os produtos serem exportados com o selo cabo-verdiano ao vasto mercado da CPLP.

"Cabo Verde tem mar, terra, sol e muitas vezes não é só exportar mercadorias, pode exportar serviços. Há também muitas actividades à volta dos hotéis que neste momento não estão devidamente aproveitadas", prosseguiu, informando que em dezembro vai acontecer em Braga, norte de Portugal, o 2.º Fórum da UE-CPLP e já estão confirmadas a presença de 15 empresas cabo-verdianas.

Garantindo que a UE-CPLP será uma "ferramenta das melhores" no espaço para Cabo Verde exportar os seus produtos para todos os países da CPLP, Mário Costa disse que já há parcerias no país, mas espera que o Governo crie condições para que as coisas aconteçam.

Para o presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Sotavento (CCISS) cabo-verdiana, Jorge Spencer Lima, a CPLP é uma organização que tem vindo a afirmar-se mais na vertente política, mas agora querem que a parte económica "venha ao de cima".

"A CPLP só será uma organização viável se os empresários e agentes económicos foram também tidos em conta na consolidação desse espaço", disse Spencer Lima, que é um dos vice-presidentes da UE-CPLP, entendendo que, para isso, é preciso resolver o problema da circulação de pessoas.

"Não há espaço económico viável e concreto se um empresário não pode deslocar-se de um lado para o outro. Temos problemas de vistos em vários países - Cabo Verde está relativamente bem, nós somos mais abertos -, mas temos países que é praticamente impossível entrar", lamentou.

Relativamente a Cabo Verde, Jorge Spencer Lima salientou que em termos empresariais ainda "há muita coisa por fazer", sobretudo a "burocracia excessiva", enfatizando que o país está sempre em "posições vergonhosas" no 'ranking' do "Doing Business", em que está na 126.ª posição.

Dando vários exemplos que "dificultam a vida dos empresários cabo-verdianos e estrangeiros", Spencer Lima entende que o país precisa de "políticas claras" para poder produzir e exportar.

"Não é por caso que o investimento externo tem regredido. Estamos a ver acções pontuais e pequenas, mas o verdadeiro investimento externo não existe porque o clima de investimentos não permite, porque as nossas leis bloqueiam e os novos governantes ficam a olhar para o lado e deixam as coisas acontecerem", criticou Jorge Spencer Lima.

A missão da UE-CPLP permanece em Cabo Verde até quarta-feira e depois segue para São Tomé e Príncipe também para identificar oportunidades de negócios e parcerias.
 
 
 
 

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