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terça-feira, 12 de abril de 2016

ONU: António Guterres vai ser entrevistado perante os 195 países que integram a organização internacional

Numa tentativa para melhorar a transparência de um processo de selecção que tradicionalmente tem decorrido entre bastidores, os candidatos vão passar pela Assembleia geral para apresentar as suas propostas e submeter-se ao escrutínio dos Estados-membros.


António Guterres, que até ao final de 2015 exerceu o cargo de Alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) será o terceiro candidato à substituição do secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, cujo mandato termina no final de 2016, que será entrevistado na sede da organização em Nova Iorque.

A audição está prevista entre as 15:00 e as 17:00 locais (entre as 20:00 e as 22:00 em Lisboa).

As provas vão ser hoje iniciadas pelo ex-primeiro-ministro e até há pouco o responsável pela diplomacia do Montenegro, Igor Luksic, seguindo-se a directora-geral da Unesco, a búlgara Irina Bokova, e com António Guterres a encerrar o primeiro dia de audições.

Para quarta-feira vão ser convocados o ex-presidente esloveno, Danilo Turk, a ex-vice-presidente e ex-ministra dos Negócios Estrangeiros da Croácia, Vesna Pusic, e a ex-ministra da Moldávia Natalia Guerman, que ocupava a mesma pasta.

Na quinta-feira as audições foram reservadas para o macedónio Srgjan Kerim, que presidiu à Assembleia geral da ONU entre 2007 e 2008, e à ex-primeira-ministra da Nova Zelândia, Helen Clark, que oficializou a candidatura na semana passada.

No processo participam as Nações Unidas, mas também, pela primeira vez, várias organizações não-governamentais e entidades da sociedade civil vão estar presentes para colocar questões e entrevistar os candidatos.

Cada candidato vai dispor de duas horas para expor as suas propostas aos representantes da ONU e às distintas organizações não-governamentais e depois daquele encontro também poderá falar com os órgãos de comunicação social.

Esta é a primeira vez que a ONU vai realizar a selecção do secretário-geral com candidaturas públicas, que vão ser avaliadas pela sociedade civil.

Os candidatos já remeteram à Assembleia geral breves prestações por escrito das suas ideias, onde se incluem propostas para reformar o funcionamento das Nações Unidas e adaptá-la às realidades do século XXI.

A Assembleia é o órgão que deverá eleger no outono o próximo secretário-geral da ONU, apesar de tradicionalmente o processo ser controlado pelas potências do Conselho de Segurança, que recomendam um candidato.

Habitualmente, e seguindo uma norma não escrita, o cargo tem rodado entre diversas regiões, e teoricamente corresponderia nesta ocasião à Europa de Leste.

No entanto, sublinhou na agência noticiosa Efe, as numerosas novidades introduzidas para melhorar a transparência e democratizar a eleição, as expectativas "estão por agora cristalizadas" em António Guterres e Helen Clark.

A candidatura de António Guterres foi formalizada pelo Governo português em 29 de fevereiro, ao ser sublinhado o "amplo consenso interno" em torno da candidatura do antigo Alto-comissário da ONU para os refugiados.

"Ao tomar esta iniciativa, Portugal contribui de forma activa para o processo de selecção do próximo secretário-geral [da ONU], apresentando um candidato excepcionalmente qualificado para o desempenho daquele lugar", referiu a nota divulgada pelo Executivo.
 
 
 
 

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